terça-feira, 23 de novembro de 2010

"Paiz" e "Choque de ordem"

A primeira vez que eu ouvi a expressão "choque de ordem" foi no jornal noturno de um domingo ensolarado, onde o reporter na TV mostrava inúmeros veículos sendo rebocados por que estava estacionado em local não autorizado, prejudicando a circulação do trânsito na avenida costeira à praia. De imediato aplaudi a ação, pois era um absurdo filas de carros estacionados (às vezes triplas) que, a partir das 9h da manhã, imobilizavam o trânsito na praia e nas vias expressas.
Algum tempo depois, percebi que a repressão continuava, mas soluções não eram apresentadas. Não se via projetos de estacionamentos, de linhas de transporte público regulares ou, pelo menos, campanhas promovendo eventos alternativos, incentivos ao transporte solidário...
Atualmente, começo a imaginar o lado obscuro do "choque":

  1. Máfias de reboques;
  2. Aumento de arrecadação por multas; ou
  3. Apenas repressão, por que o bairro do prefeito estava desconfortável.
Talvez quem precise de "choque de ordem" sejam os órgãos públicos:
  1. Dia de chuva, "cadê" os guardas municipais?
  2. Burocracia e desinformação nas vistorias do Detran. Quem nunca se aborreceu com uma exigência surpresa?
  3. Licitação de ônibus por área? Como? Cada empresa decidirá seu itinerário? Onde devo esperar o próximo ônibus?
  4. Calçada é responsabilidade do morador fronteiriço. Como? No condomínio, área comum é responsabilidade do síndico. Na cidade, área comum é responsabilidade de quem?
  5. As lixeiras são sempre instaladas longe dos pontos de ônibus e escolas. Quando danificadas, nunca são repostas. Assim, como as crianças vão aprender a jogar o lixo na lixeira, se não as acham?
Nossos antepassados foram sábios: "Ordem e Progresso", sem um, não há o outro. Precisamos aplicar o "choque de ordem" na administração pública, afinal quem paga seus salários?

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